quinta-feira, outubro 27, 2005

A Manta

A teoria da manta, pese embora toda a sua simplicidade, adapta-se bem para a explicação de certos fenómenos. Um bom exemplo destes últimos são os lucros bancários.
Em Portugal, graças à liberalização e desregulamentação do sistema financeiro português, e o aumento da concorrência no mercado de crédito, ocorreu uma substancial especialização da actividade bancária na concessão de crédito ao segmento dos particulares.
O aumento do rendimento disponível das famílas e a mudança dos padrões de consumo esteve na génese do crescente endividamento das famílias portuguesas. Sobretudo através do crédito à habitação e do crédito ao consumo de bens e serviços, as principais instituições bancárias já nos habituaram a notícias destas (a julgar pelas supeitas veiculadas dos últimos tempos, a fraude e o branqueamento de capitais também dão uma ajudinha para compor o retrato...).
É aqui que a teoria da manta nos surge útil, pois a mesma teoria preconiza que se se tapa com a manta um lado, destapa-se o outro.
A realidade tem comprovado a teoria da manta, com o nível de endividamento das famílias a superar já, em média (118%), o seu rendimento disponível.
Chega-se à conclusão que no confronto das racionalidades, a racionalidade bancária está a ganhar cada vez mais centímetros de manta, e afirma-se com força crescente, mesmo perante as dúvidas crescentes sobre se os agregados familiares não correm o risco de estarem já excessivamente vulneráveis às alterações das variáveis que determinam a sua capacidade financeira (subida das taxas de juro, desemprego e precarização do emprego, dissolução da estrutura económica de suporte do endividado por divórcio, doença ou morte de um familiar, etc.).
Um dos mais recentes exemplos que tive oportunidade de verificar desta tal racionalidade trata-se do envio, por carta, para o cliente bancário de um cheque já preenchido com um valor determinado para o cliente assim fazer uso dele como bem entender, mediante o pagamento de uma prestação mensal durante 60 ou 84 meses.
Tratando-se de um estratagema deveras acutilante e facilitador do endividamento, quer-me parecer que se a entidade responsável pela regulação da actividade bancária do país, Banco de Portugal, não obviar legalmente estas agressivas formas de assédio ao endividamento, bem pode apregoar a muitos, como São Tomé, para a realização de poupanças, que a julgar pelas evidências estatísticas, a manta vai continuar a cobrir cada vez mais o mesmo lado…

segunda-feira, outubro 10, 2005

1ª página


Ora aí está uma 1ª página, que é como quem diz "hoje, não tínhamos mesmo mais nada para dizer"...

sábado, outubro 01, 2005

Teorias da conspiração

1) Alegre é o candidato invisível do PS às presidenciais. Resguarda o partido da aproximação das forças à sua esquerda e cria, para a segunda volta, uma onda soarista.

2) Fátima Felgueiras é a candidata invisível do PS à Câmara de Felgueiras, aquele concelho que, fruto da boa gestão autárquica, tem 44% da população com saneamento básico. Afinal a senhora sempre saca umas massas para o partido. Deve haver pelo país uma relação inversamente proporcional entre o saneamento básico e o número de Ferraris por habitante.

3) Os Super-Dragões estão bem activos na campanha pela Câmara do Porto.

4) Jorge Coelho é o político mais poderoso do país. O homem e a sua máquina.

5) Os jogadores do Sporting andam a boicotar o Peseiro. Os adeptos da valorosa agremiação leonina preparam-se mais uma vez para destruir o clube. Despeçam o homem que fico contente. Felizmente o país anda tão mau que já não há nada que nos envergonhe no estrangeiro. E a Suécia sempre é um país decente, com uma boa segurança social, florestas viçosas, os Abba, etc

6) Cavaco afinal não se vai candidatar.

7) Santana avança

8) Santana ganha

Chega de férias

Só um blog sem patrão para ter quase dois meses de férias. Nada mau nos tempos que correm