Dizem os críticos que o país está futebolizado. De certo ponto de vista a afirmação é verdadeira. Arrisco afirmar, no entanto, que de futebol vejo, escuto e leio muito pouco. Façamos um exercício. Contabilizemos as horas de televisão, os minutos de rádio, as páginas de jornais e revistas dedicados ao Euro 2004. Vejamos agora quanto tempo e espaço é dedicado ao futebol, ao jogo em si. Bastante pouco. Restam as intermináveis e estereotipadas perguntas de rua - o povo é uma mais-valia televisiva bastante barata - os programas de televisão em que figuras públicas, que de futebol nada percebem, fazem comentários imbecis, opinam, dão conselhos ao treinador, o acompanhar das viagens das equipas entre treinos, as ridículas conferências de imprensa, as reportagens com todos os familiares possíveis e imaginários dos jogadores e um sem número de banalidades milhões de vezes repetido. De futebol, muito pouco.
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