Pacheco Pereira na sua incessante e risível cruzada na defesa da Guerra do Iraque, oferece-nos hoje na sua crónica do Público uma autêntica pérola de presunção sobre o cinema e o Festival de Cannes.
Diz ele que "o pensamento baixou ao nível do grande "cineasta" Michael Moore (o prémio de "cinema" que lhe foi atribuído chega para desclassificar de vez o festival e o jurí que o fez".
Sem nos elucidar se já viu o filme ou não, sem nos explicitar quem constituíu esse jurí tão desacreditado, sem nos dar a conhecer as razões que estão na base da desclassificação do Festival de Cannes, só podemos chegar à óbvia conclusão que, para Pacheco Pereira, o pensamento elevado é marca registada do próprio e dos, como ele classifica, "governos democráticos legítimos", mesmo que esses governos sejam liderados por presidentes que alcançam um milhão de votos a menos que os seus adversários da contenda eleitoral.
Todos aqueles que têm a veleidade e a desfaçatez de questionar o pensamento elevado de tais elites esclarecidas, mesmo que o façam através de mensagens veiculadas em campos artísticos e que mereçam o reconhecimento dos seus pares, são agora classificados como pertencentes a uma espécie inferior em capacidade intelectual e reflexiva, os Baixos Pensadores.
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