segunda-feira, maio 30, 2005
Ontem houve uma... dobradinha!
Mas esta não merece parangonas nos periódicos ou abertura de telejornais. O Sporting Clube de Portugal conquistou pela terceira vez consecutiva a Taça de Portugal em Andebol, ao bater o Francisco de Holanda por 27-26, em Tondela. Junta assim a Taça de Portugal ao título de Campeão Nacional conquistado há duas semanas atrás, cimentando o seu palmarés na modalidade.
domingo, maio 29, 2005
Panem et Circenses
Não demorei muito a compreender a função social da encomenda do título nacional ao SLB. Surpreendentemente (ou talvez não) dois telejornais das 20h00m, no dia 23 de Maio abriram com os 6,83% do déficit, em vez de mostrarem a festa dos 14 milhões de adeptos da "instituição", isto de acordo com um estudo recente, rigoroso e científico, onde fiquei a saber que existem 100.000 benfiquistas na Indochina.
O povão está feliz e contente e, por essa razão, Sócrates pode sentir-se à vontade para pedir os maiores sacrifícios às bolsas dos portugueses que não vão dar muito por isso. Afinal de contas, o "enfique" é campeão. Panem et Cirsenses. Nem os Romanos o fariam melhor.
PS - O penalty que dá o 1-0 ao SLB na final do Jamor é mais um para juntar ao rol das "encomendas expresso". No tempo de Salazar ainda se tentava disfarçar um bocadinho... Viva o "enfique"!!
O povão está feliz e contente e, por essa razão, Sócrates pode sentir-se à vontade para pedir os maiores sacrifícios às bolsas dos portugueses que não vão dar muito por isso. Afinal de contas, o "enfique" é campeão. Panem et Cirsenses. Nem os Romanos o fariam melhor.
PS - O penalty que dá o 1-0 ao SLB na final do Jamor é mais um para juntar ao rol das "encomendas expresso". No tempo de Salazar ainda se tentava disfarçar um bocadinho... Viva o "enfique"!!
sexta-feira, maio 27, 2005
Cidadania Local
Aqui há uns dias atrás os canteiros situados na rua Visconde de Santarém, junto ao Arco do Cego, em Lisboa, de um dia para o outro transfiguraram-se em termos do seu aspecto. Para alacridade de quem por lá muito perto diariamente se colocava para apanhar os transportes públicos, os canteiros anteriormente inundados de lixo e dejectos de animais transformaram-se, quase por passe de mágica, em espaços relvados e desprovidos de imundice.
Estranhei, mas entranhei positivamente, a súbita alteração da “paisagem”. Desconhecia, contudo, era que a nova cara dos canteiros tivesse contornos que quase se perdiam de antanho...
De acordo com a revista Única do fim de semana passado do jornal Espesso, a transfiguração ocorrida havia já sido solicitada pelos moradores por diversas vezes para ser embandeirada pelos serviços competentes da CM Lisboa. A resposta da Câmara aos apelos populares, todavia, foi um silêncio persistente.
Entretanto, preparava-se para se instalar neste mês um cartório notarial naquele local, e a sua proprietária, assustada com o panorama circundante, seguiu o exemplo dos moradores na busca de uma solução para a limpeza do espaço em redor. Segundo a versão narrada pela jornalista, a CM Lisboa pautou novamente a sua conduta pelo mutismo.
Cansada de silêncios persistentes e arrastados, a proprietária meteu mãos à obra e contratou uma empresa para ajardinar o espaço, empreitada pela qual pagou 2000 euros, a que acresce o preço da rega diária do mesmo que a funcionária do cartório leva a cabo logo pela manhã.
Confrontada pela jornalista com a resolução popular daquele imbróglio paisagístico, a vereadora que detém o pelouro do Urbanismo declarou que a CM de Lisboa encarava a solução adoptada com “tolerância simpatizante”...
Melhor do que a condescência forçada pelas evidências, ficaria melhor à senhora vereadora a interiorização da ideia de que se a paralisia funcional das instituições não fosse tão marcante, certamente as iniciativas populares desviantes da lógica de procedimentos burocrático-formais não tivessem de ser accionadas com tanta acuidade...
Neste caso, para quem conheceu o espaço até há bem pouco tempo e agora relança sobre ele novamente os olhos, só pode concluir que a cidadania local é uma qualidade que a todos deve assistir, é um direito inalienável de sensibilização e pressão sobre as instituições responsáveis pelo zelo e administração dos bens comuns e para terem esmero e rapidez no cumprimento das suas atribuições.
Estranhei, mas entranhei positivamente, a súbita alteração da “paisagem”. Desconhecia, contudo, era que a nova cara dos canteiros tivesse contornos que quase se perdiam de antanho...
De acordo com a revista Única do fim de semana passado do jornal Espesso, a transfiguração ocorrida havia já sido solicitada pelos moradores por diversas vezes para ser embandeirada pelos serviços competentes da CM Lisboa. A resposta da Câmara aos apelos populares, todavia, foi um silêncio persistente.
Entretanto, preparava-se para se instalar neste mês um cartório notarial naquele local, e a sua proprietária, assustada com o panorama circundante, seguiu o exemplo dos moradores na busca de uma solução para a limpeza do espaço em redor. Segundo a versão narrada pela jornalista, a CM Lisboa pautou novamente a sua conduta pelo mutismo.
Cansada de silêncios persistentes e arrastados, a proprietária meteu mãos à obra e contratou uma empresa para ajardinar o espaço, empreitada pela qual pagou 2000 euros, a que acresce o preço da rega diária do mesmo que a funcionária do cartório leva a cabo logo pela manhã.
Confrontada pela jornalista com a resolução popular daquele imbróglio paisagístico, a vereadora que detém o pelouro do Urbanismo declarou que a CM de Lisboa encarava a solução adoptada com “tolerância simpatizante”...
Melhor do que a condescência forçada pelas evidências, ficaria melhor à senhora vereadora a interiorização da ideia de que se a paralisia funcional das instituições não fosse tão marcante, certamente as iniciativas populares desviantes da lógica de procedimentos burocrático-formais não tivessem de ser accionadas com tanta acuidade...
Neste caso, para quem conheceu o espaço até há bem pouco tempo e agora relança sobre ele novamente os olhos, só pode concluir que a cidadania local é uma qualidade que a todos deve assistir, é um direito inalienável de sensibilização e pressão sobre as instituições responsáveis pelo zelo e administração dos bens comuns e para terem esmero e rapidez no cumprimento das suas atribuições.
terça-feira, maio 24, 2005
Pequeno filme
Passem por esta pagina www.futebolwebtv.pt , no canto inferior direito, ha um link que nos oferece as imagens do golo de Luisao contra o Sporting. Ha uma primeira imagem num plano alargado, a que se segue uma imagem filmada atras da baliza. Vejam esta imagem e depois ajuizem.
Muito me vou eu rir...
Com o SLB a disputar a próxima Liga dos Campeões. Quando o campeão português - ainda me soa estranho escrever isto - chegar à Europa do futebol e perceber que:
- Mário Mendes, Bruno Paixão, Hélio Santos, António Costa e Paulo Paraty não vão poder apitar nenhum jogo da "instituição";
- Os árbitros europeus escolhidos para os seus jogos não se vão esquecer das suas chuteiras;
- Os adversários irão recusar jogar os seus jogos caseiros no Estádio Faro/Loulé.
Prevejo um score final de seis jogos, seis derrotas e algum Portugal muito envergonhado. Afinal de contas, não deixa de ser sintomático que o campeão português foi já colocado pela Uefa no pote 4 para o sorteio da fase de grupos. O pote das fracotas...
- Mário Mendes, Bruno Paixão, Hélio Santos, António Costa e Paulo Paraty não vão poder apitar nenhum jogo da "instituição";
- Os árbitros europeus escolhidos para os seus jogos não se vão esquecer das suas chuteiras;
- Os adversários irão recusar jogar os seus jogos caseiros no Estádio Faro/Loulé.
Prevejo um score final de seis jogos, seis derrotas e algum Portugal muito envergonhado. Afinal de contas, não deixa de ser sintomático que o campeão português foi já colocado pela Uefa no pote 4 para o sorteio da fase de grupos. O pote das fracotas...
segunda-feira, maio 16, 2005
Da verdade
Pelo futebol jogado o Benfica nao merece ganhar o campeonato, embora nitidamente tenha merecido ganhar o jogo ao Sporting. Quanto a ter sido beneficiado, nao o foi nem mais nem menos do que os outros grandes. Todos os clubes tem o seu naipe de queixas. O do Benfica e extenso, e comeca pelo golo de Petit ao Porto na primeira volta. Alguem se lembra? De recordar ainda que, ate ver, o Benfica nao foi investigado por casos de corrupcao, ao contrario de alguns clubes da primeira-divisao: Porto, Boavista, Leiria, Maritimo. Todos inocentes, claro, ate provado o contrario. Mas da suspeita nao se livram. Se o Benfica for culpado de algo que seja condenado, que desca de divisao ou coisa que o valhe. Nao se pode e estar sempre a justificar os resultados por questoes externas ao jogo.
quinta-feira, maio 12, 2005
Novo Slogan BES
- Olha, preciso de abater 2000 sobreiros.
- Já falaste com o teu banco?
- Não, falei com o teu!
- Já falaste com o teu banco?
- Não, falei com o teu!
quarta-feira, maio 11, 2005
Quem merece ganhar o campeonato
A reposta mais imediata é ... ninguém. Nenhum dos três grandes realizou uma época regular e sólida. Braga, Boavista, Guimarães, Rio Ave, Marítimo fizeram bons campeonatos mas não o suficiente para alcançarem o título. Descartados os critérios da solidez e da regularidade, o eleito terá que ser encontrado pela forma como o seu futebol serviu, ou não, o jogo. Neste sentido o campeão só pode ser um: o Sporting. É me bastante mais simples tecer loas ao futebol Sporting no sossego londrino, longe da excitação da lagartada. Assim, parece-me evidente que José Peseiro foi a grande conquista do futebol português nesta época. O sistema do Sporting não está ainda afinado e às vezes é ambíguo. No entanto, nos jogos a que pude assistir, a equipa jogou um futebol de pé para pé, onde a troca de bola é o esteio do jogo e a forma de controlar o adversário. O jogador tipo deste futebol está primeiramente preocupado com o controlo da bola, com a recepção, com o olhar rápido, a desmarcação, o passo certeiro, as bases de um jogo colectivo envolvente, que retiram ao adversário a posse de bola. Peseiro apostou em artífices do jogo – Barbosa, Viana, Rochemback, Martins, Moutinho - enquanto outros reduzem os criativos a atletas robotizados. A equipa ainda não é sólida, tem momentos em que não funciona e que podem ser fatais, mas Peseiro resolveu arriscar num futebol positivo e, felizmente para o jogo, tem ganho. Lamentavelmente parece que muitos adeptos, seguindo uma onda verde de ingratidão que atingiu homens como Augusto Inácio, ainda não perceberam isto. Se José António Camacho não for o próximo treinador do Benfica, não me importava que Peseiro o fosse, servindo assim o clube do seu coração.
quinta-feira, maio 05, 2005
Espelho meu, espelho meu
Há um sketch do Gato Fedorento, em que um polícia manda parar o condutor de um veículo automóvel para ele se submeter ao teste da Bazófia, consistindo este teste num indivíduo percorrer uma pequena distância de alguns metros em linha recta. No sketch, assim que começa a andar logo o condutor começa a dar uns passos com uns trejeitos muito peculiares, típicos de um “pintas”, inconfundivelmente gabarolas.
Face a esta evidência, o polícia informa o condutor que não poderá seguir viagem devido a ter acusado elevados valores de Bazófia, sendo que por tal motivo não é aconselhável que prossiga em direcção ao seu destino ao volante de um automóvel naquele estado de jactância.
Vem isto a propósito da conferência de imprensa de José que se seguiu ao Liverpool vs. Chelsea desta semana. Instado a corroborar, ou não, uma pronúncia jornalística dubitativa de José ser um treinador especial, José prontamente ripostou e reafirmou novamente o seu dom exclusivo e inigualável para a orientação técnica de equipas de futebol, verberando depois o jornalista e convidando-o a prosseguir uma carreira profissional tão recheada de conquistas como a que ele possui.
A azia britânica de boa parte do mundo jornalístico contra o emigrante português José é por demais notória e vai sendo cuidadosamente exibida após os filmes em que os mesmos jornalistas mais gostam de ver José actuar, mas se o José depois daquela conferência de imprensa fosse fazer o teste da Bazófia, também ficava de certeza com a carta de condução imediatamente apreendida.
Face a esta evidência, o polícia informa o condutor que não poderá seguir viagem devido a ter acusado elevados valores de Bazófia, sendo que por tal motivo não é aconselhável que prossiga em direcção ao seu destino ao volante de um automóvel naquele estado de jactância.
Vem isto a propósito da conferência de imprensa de José que se seguiu ao Liverpool vs. Chelsea desta semana. Instado a corroborar, ou não, uma pronúncia jornalística dubitativa de José ser um treinador especial, José prontamente ripostou e reafirmou novamente o seu dom exclusivo e inigualável para a orientação técnica de equipas de futebol, verberando depois o jornalista e convidando-o a prosseguir uma carreira profissional tão recheada de conquistas como a que ele possui.
A azia britânica de boa parte do mundo jornalístico contra o emigrante português José é por demais notória e vai sendo cuidadosamente exibida após os filmes em que os mesmos jornalistas mais gostam de ver José actuar, mas se o José depois daquela conferência de imprensa fosse fazer o teste da Bazófia, também ficava de certeza com a carta de condução imediatamente apreendida.
terça-feira, maio 03, 2005
Eleições a nível local
Temos sido brindados cá por casa por uma torrente de folhetos partidários que apela ao voto para os órgãos locais. Os Liberais-Democratas venceram as últimas eleições e são o único partido dos grandes que ainda não nos veio bater à porta. O Partido Trabalhista tem sido o mais esforçado. A sua candidata, a anafada Kirsty McNeil, enverga o mesmo sorriso forçado em todos os folhetos do partido. O seu slogan é claro: Lib-Dems soft on crime. O Partido Trabalhista, transformado numa espécie de Partido Justiçeiro, acusa os actuais autarcas no poder de, entre outras coisas, se terem oposto a leis contra o comportamento anti-social, de permitirem que jovens com 16 anos possam comprar revistas pornográficas e álcool, de se oporem a leis anti-grafiti, de não atribuírem penas de prisão por posse de droga, de não concordarem que se enviem criminosos adolescentes para a prisão, etc. A campanha do Labour é pouco mais do que isto. Perante este cenário de guerra, David Branch, o jovem candidato do Partido Conservador, não tem muito espaço para brilhar. Claro que ainda consegue juntar à lista do Labour mais algumas farpas contra a política laxista dos Liberais-Democratas: que poupam da prisão os ladrões que assaltam pela primeira vez, que introduzem educação sexual compulsória para crianças de sete anos, que querem retirar da Grã-Bretanha, para oferecer à Europa, os mecanismos de controlo da emigração, etc. Uns malvados estes Liberais-Democratas. David Branch, que aparece nos folhetos de camisa branca imaculada ao lado do facho que simboliza o seu partido, defende ainda a “livre iniciativa”, a “ambição e a coragem”, mostrando-se contra a intrusão do Estado no quotidiano dos cidadãos, com a excepção, claro, dos 40 000 polícias que os Conservadores querem atirar para as ruas do país. Restam os folhetos dos partidos mais pequenos. A Aliança dos Povos Cristãos aposta em Simi Lawanson, africana, mulher da comunidade. O movimento ganha na questão estética. O folheto transforma-se em poster onde está representada uma árvore onde estão inscritos os valores do movimento. No chão, jazem algumas maçãs podres: a guerra, as mentiras, os impostos altos, a ganância. Por detrás da árvore o cenário é idílico, um rio, umas montanhas, o sol, um céu azul pontuado por algumas nuvens. O desenho é tão simples que podia ter sido eu fazê-lo. Claro que teria que acrescentar aqui a ali, umas vacas, e quem sabe uns peixes no rio e uma montanha com um alpinista que podia ser o João Garcia. Os cristãos têm a vantagem de afirmar que acham que há uma profunda relação entre o crime, o abuso de drogas, o absentismo escolar e o desemprego. São ainda contra a guerra e a pobreza. Mas claro, na onda do bom moralismo britânico, criticam os Lib-Dems pelas suas políticas a favor da legalização da prostituição, da legalização de drogas, da abertura de sex-shops e outras artimanhas do demo. Apesar de tudo podia ser pior. Por fim os Verdes. Storm Poorun é o candidato Verde. Jovem, cabelo comprido, colar de missangas ao peito, está algures entre o jogador de futebol da segunda divisão B e o jovem executivo. Os Verdes apresentam um folheto repleto de fotografias de pradarias, do mar, de searas, maçãs e outros motivos típicos dum espaço urbano como este onde vivemos. As suas políticas são boas, embora relativamente ambiciosas. Depois de afirmar que o seu partido é a verdadeira alternativa ao capitalismo, Storm defende a construção de vias para bicicletas entre outras políticas de esquerda. Apenas os Verdes se escusam à ganga moralista o que os torna relativamente mais suportáveis.
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