quinta-feira, junho 09, 2005
Da ofensa
A condicao de ofendido ja serviu melhor a humanidade. Tempos houve em que se ficava ofendido pela iniquidade de regimes politicos, pelas mas condicoes de trabalho, pelo aumento de impostos, pela privatizacao da seguranca social, pela injustica das guerras , pela permanencia das fomes, pela divisao de herancas familiares, pela honra de alguma dama. Mas hoje nao, ha quem se sinta ofendido por causa dos onze rapazes que correm atras de uma bola. E legitimo. Mas qual e a causa da ofensa, se me permitem ser mais especifico? A agremiacao desportiva que apoio, os rapazes de vermelho que apesar de nao jogarem pevide la ganharam o campeonato, foi acusada neste blogue, entre outras coisas, de corrupcao, trafico de influencias, de conluio com regimes fascistas, branqueamento das politicas do novo governo, roubo de patentes (todas com origem no MIT portugues de Alvalade, onde, alias, tambem se inventou a roda), de ser apoiada pelo povo ignaro e alienado e de ser a vergonha de Portugal (como se o Benfica tivesse por obrigacao representar alguem alem dos seus adeptos e associados). Perante este rol digno dos Julgamentos de Nuremberga, a que falta porventura alguma ligacao a Al-Qaeda, eu apenas afirmei, metaforicamente, que os adeptos do Sporting se parecem com melancias, alias um fruto com o qual simpatizo. Convinhamos que nao e assim tao contundente. Claro que a afirmacao peca por generalizacao. Ha adeptos do Sporting que gostam de futebol, que gostam do futebol da sua equipa e que nao definem a sua identidade social por odiarem o outro. As minhas desculpas a essa minoria.