quarta-feira, julho 06, 2005

O arrastão do cimento

O jornalista Alexandre Vale publicou, na última edição do Notícias da Amadora, uma excelente análise sobre as movimentações imobiliárias no concelho amadorense durante a regência do socialista Joaquim Raposo. Com 175.872 habitantes, contas de 2001, a Amadora tem a maior densidade populacional do conjunto dos oito concelhos da Grande Lisboa, com 7.586,6 indivíduos por km2. (Segue-se Lisboa, com 6.496,5 habitantes por km2). Apesar desta situação, a Câmara da Amadora já aprovou projectos que, nos próximos anos, vão trazer para o concelho mais 60 000 pessoas. Nalgumas regiões começam a existir problemas de poluição. Em quase todas as freguesias já não há espaço para um jardim, apesar das juntas socialistas chamarem de "espaço verde" qualquer rectângulo de erva com 3m2. A imaginação poderosa do nosso construtor civil, com o aval camarário, transforma qualquer espaço exíguo em terreno urbanizável: em cima de estradas, cortando jardins, fazendo subir prédios encavalitados sobre prédios, etc. A última da Câmara da Amadora é anuir a construção de mais alguns fogos no espaço que hoje é ocupado pelo Estádio do Estrela. Alexandre Vale destrinça todos os negócios e avança com o nome dos construtores civis. Estima ainda que o lucro destes negócios possa atingir os 100 milhões de contos. Claro que a discussão nas próximas eleições vai-se centrar nos roubos por esticão, no furto do telemóvel, na ameça proveniente dos bairros problemáticos. O habitual.