quarta-feira, maio 26, 2004
Jim Carrey - Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Foi a segunda vez que tive oportunidade de ver Carrey num ecrã de cinema, depois de Homem na Lua, um registo em que a sua conhecida hiper-expressividade e o tom desbragado estavam circuncritos a limites mais estreitos do que o conhecido pela natureza da personagem representada, o comediante Andy Kaufman, e pela oscilação entre a comédia e o drama que a biografia deste implicava.
Sinteticamente, em "Eternal Sunshine of the Spotless Mind", temos agora um Carrey dar largas ao génio criativo do argumentista Charlie Kaufman, o mesmo de "Queres ser John Malkovich", ao vestir a pele de um indivíduo que sobrevive numa existência amorfa e desinteressante, segundo o próprio, e que ao descobrir que foi apagado da memória da rapariga que havia encontrado à beira-mar, decide retribuir à rapariga a supressão da sua mente, desígnio esse que será mal sucedido em virtude dos seus sentimentos não o permitirem.
Se ainda alguém tinha dúvidas do talento de Carrey, elas dissipam-se aceleradamente com a visualização do filme, digo eu...
Sinteticamente, em "Eternal Sunshine of the Spotless Mind", temos agora um Carrey dar largas ao génio criativo do argumentista Charlie Kaufman, o mesmo de "Queres ser John Malkovich", ao vestir a pele de um indivíduo que sobrevive numa existência amorfa e desinteressante, segundo o próprio, e que ao descobrir que foi apagado da memória da rapariga que havia encontrado à beira-mar, decide retribuir à rapariga a supressão da sua mente, desígnio esse que será mal sucedido em virtude dos seus sentimentos não o permitirem.
Se ainda alguém tinha dúvidas do talento de Carrey, elas dissipam-se aceleradamente com a visualização do filme, digo eu...
segunda-feira, maio 24, 2004
Durão Barroso responsabiliza PCP por eventuais problemas de segurança no Euro 2004
Depois dos telemóveis com imagem no Iraque, foi descoberta mais uma força subversiva a por em causa a "nossa" segurança, o PCP.
Relativamente ao apoio incondicional e reverente à refrega iraquiana, ao não pagamento dos honorários devidos aos inspectores do SEF pelo trabalho desenvolvido e ao incumprimento do regulamento de promoções das forças policiais, o primeiro-ministro, curiosamente, foi omisso...
Relativamente ao apoio incondicional e reverente à refrega iraquiana, ao não pagamento dos honorários devidos aos inspectores do SEF pelo trabalho desenvolvido e ao incumprimento do regulamento de promoções das forças policiais, o primeiro-ministro, curiosamente, foi omisso...
Rumsfeld proíbe telemóveis com câmara digital no Iraque
"De acordo com a publicação, o departamento da Defesa está convencido de que as fotos postas a circular nos Estados Unidos, que mostram os abusos cometidos pelos militares norte-americanos sobre os iraquianos detidos na prisão de Abu Ghraib, foram tiradas por este tipo de aparelhos".
Portanto, ficamos a saber que em vez de proibirem a prática dos abusos, para o departamento de defesa yankee o mais importante é confiscar os telemóveis, esses instrumentos subversivos que estão a minar a vontade de implantar a democracia ocidental na antiga Babilónia.
Portanto, ficamos a saber que em vez de proibirem a prática dos abusos, para o departamento de defesa yankee o mais importante é confiscar os telemóveis, esses instrumentos subversivos que estão a minar a vontade de implantar a democracia ocidental na antiga Babilónia.
sexta-feira, maio 21, 2004
Portugal Positivo
O movimento Portugal Positivo, tentativa do PSD, via sociedade civil, combater os malefícos do discurso da «tanga», organizou uma conferência sobre a nossa (dos portugueses) auto-estima. Vasco Pulido Valente foi a grande atracção do evento. Convidar VPV para uma conferência sobre auto-estima organizada por um movimento chamado Portugal Positivo é das melhores piadas que ouvi nos últimos tempos. A coisa correu, bem se vê, bastante mal. Algumas frases do amargurado Vasco. Sobre a modernização do país por imitação de modelos estrangeiros: "Se uma pessoa define o seu programa político como imitação o que está a dizer é que a sua identidade é ser atrasado." Sobre as nossas elites: "Portugal está cheio de nulidades nas mais altas instâncias em que ninguém toca." Perante a estupefacção de um público optimista, Vasco apontou a solução para a depressão nacional: "Se houver mais dinheiro as pessoas começam logo a sentir-se melhor, nem precisam deste tipo de conferências."
A capital do trabalho
Desculpem o futebol outra vez. Dos 14 mil e tal bilhetes atribuídos ao FC Porto para a final da Liga dos Campeões apenas pouco mais de 3 mil foram vendidos ao público. Os restantes foram distribuídos por patrocinadores, empresas e por notáveis do país e da cidade. Quando olharmos para a bancada central do Estádio alemão onde se vai disputar a final e encontrármos políticos, empresários, artistas e outras figuras mais ou menos públicas sabemos que estes personagens, ao contrário da plebe, não tiveram que ir para a frente das bilheteiras dois dias antes. O clube da região, do imaginado "povo do norte" que enche permanentemente a Av. dos Aliados contra o centralismo lisboeta, distribuí os seus bens e serviços pelos mesmos de sempre, os barões do capital regional, as redes de interesses e de tráfico de influências, a mesma «classe» de sempre, que dirige impunemente este país. É neste ponto que estabelecem os limites do populismo, da paixão clubista, da mobilização da capital do trabalho. A capital do trabalho continua muito mais próxima do capital do que do trabalho.
quarta-feira, maio 19, 2004
Túnel do Rego - As obras estão já em andamento
Depois das mensagens de boas vindas dirigidas ao Sr. Benvindo, é este o novo cartaz afixado pela Câmara Municipal de Lisboa em diversos locais...
No Comments!
No Comments!
terça-feira, maio 18, 2004
A criação da Universidade Pública de Viseu
O primeiro-ministro anunciou, ontem, a criação de uma Universidade Pública em Viseu, cumprindo um dos seus compromissos eleitorais e uma promessa feita pelos sucessivos governos nos últimos 14 anos.
Como viseense, não posso deixar de me congratular com a decisão tomada pelo Governo, "premiando" uma cidade que tem evidenciado uma dinâmica económica e cultural assinalável ao longo das últimas duas décadas.
Pode ser este um impulso fulcral para a criação de centros de excelência ao nível da inovação e do conhecimento, que funcionem como alavancas para o desenvolvimento local e regional.
Para tal torna-se imprescíndivel, não só a aposta na investigação com fortes ligações a outras unidades no país e no estrangeiro, mas também a criação de uma rede de suporte de empresas que forneçam serviços à Universidade e às unidades de investigação, designadamente ao nível do equipamento tecnológico, e o investimento empresarial no chamado capital de risco em áreas de actividade desenvolvidas pelas unidades de investigação da Universidade.
Caso tal não se verifique, arrisca-se a ser mais uma Universidade Pública, incapaz de fazer face
a outras que geograficamente a circundam e de aportar os contributos relevantes que dela se aguardam como motor indispensável para o desenvolvimento de toda aquela região e do País.
Como viseense, não posso deixar de me congratular com a decisão tomada pelo Governo, "premiando" uma cidade que tem evidenciado uma dinâmica económica e cultural assinalável ao longo das últimas duas décadas.
Pode ser este um impulso fulcral para a criação de centros de excelência ao nível da inovação e do conhecimento, que funcionem como alavancas para o desenvolvimento local e regional.
Para tal torna-se imprescíndivel, não só a aposta na investigação com fortes ligações a outras unidades no país e no estrangeiro, mas também a criação de uma rede de suporte de empresas que forneçam serviços à Universidade e às unidades de investigação, designadamente ao nível do equipamento tecnológico, e o investimento empresarial no chamado capital de risco em áreas de actividade desenvolvidas pelas unidades de investigação da Universidade.
Caso tal não se verifique, arrisca-se a ser mais uma Universidade Pública, incapaz de fazer face
a outras que geograficamente a circundam e de aportar os contributos relevantes que dela se aguardam como motor indispensável para o desenvolvimento de toda aquela região e do País.
segunda-feira, maio 17, 2004
11) Maradona
Quando desenhou a tatuagem de Che Guevara no seu braço direito Maradona disse que finalmente os dois mais importantes argentinos estavam juntos no mesmo corpo.
9) Rui Rio
É de elementar justiça salientar a postura de Rui Rio em relação ao mundo do futebol. Porventura houve alguns exageros por parte do autarca. Mas as notícias que vieram a lume sobre os financiamentos ilegais da Câmara ao FC Porto provam que tinha efectivamente razão. O Rio é uma lança em África.
8) Os representantes da Nação
Vamos ter outra vez a rábula de Sevilha. Alguns deputados já admitiram que não se importam de faltar à sessão, não recebendo o dinheiro correspondente ao dia de trabalho. Os deputados deviam ter consciência que estão a representar os cidadãos e que a Assembleia não é o cabaret da coxa. Algures no México alguém deve estar surpreendido como é que alguém cancela uma visita de Estado para ir a um jogo de futebol.
7) Patriotas
Há alguma razão para um não portista apoiar o Porto na final da Liga dos Campeões? Consigo encontrar apenas uma. A cultura do ódio é repelente. Também dispenso o argumento patrioteiro. A única forma de apoiar esta equipa depende do que ela conseguir demonstrar em campo, interpretanto o jogo. Como o fez, exemplarmente, na Corunha.
6) Deco
Deco é o melhor jogador a actuar em Portugal. Um espectáculo dentro do espectáculo. No entanto, não consegue, tal como Mourinho, envolver o seu génio numa postura positiva. Deco é violento e é o mais simulador de faltas que tenho visto (bem mais que Liedson. Sé entou inventou uma mão-cheia delas. Deco engana os adversários, o árbitro, os colegas e o público. Os ingleses chamam-lhe diver. É pena.
5) Mourinho
Mourinho é provavelmente o melhor treinador de futebol do Mundo. Ainda ontem ficou provado. O Porto foi superior ao Benfica, tal como o Sporting o havia sido no último derby. Mas o futebol não é matemática. O treinador do Porto encaixou com perfeição na cultura do clube. Regra número um: só se elogia o adversário quando ganhamos, por que isso nos valoriza. Regra número dois: nunca, mas nunca, se reconhece uma derrota considerando que o adversário jogou melhor. Regra número três: tem que haver um responsável externo pela derrota, um agente do centralismo. Este agente é normalmente o árbitro. Qualquer pessoa com o mínimo de imparcialidade reconhecerá que as afirmações de Mourinho sobre o árbitro são tonterias. A massa adepta, de Gondomar, de Gaia, de Espinho, de Ermesinde, acredita, no entanto, na tese da cabala. É isto que é perigoso.
4) As regras do jogo
A cultura do ódio utiliza como arma de coesão interna a invenção do adversário: somos mais fortes e unidos com um inimigo forte. A lógica pegou bem na colagem do FC Porto à cidade do Porto, supostamente esmagada pelo poder centralista representado pelos clubes da capital, especialmente pelo Benfica. O Benfica não era apenas um clube de futebol mas o representante da injustiça centralista. Claro que os porta-vozes que reivindicam a justiça para o Porto não são as pessoas que vivem em condições precárias, em subúrbios miseráveis liderados por caciques autárquicos, mas os barões do Norte, espécie de senhores feudais que à custa do futebol e de electrodomésticos constróem exércitos de adeptos, que à falta de alegria material, sobrevivem do êxito dos seus clubes, bem longe dos palacetes da Foz.
3) A outra vitória
O Benfica não ganhou apenas uma Taça de Portugal, ganhou ao Porto. Mas não é o facto do Porto ser provavelmente a melhor equipa do mundo que torna a vitória mais importante. O que lhe dá um verdadeiro significado é o facto de ela ter sido edificada contra uma cultura do ódio. Esta cultura detestável não deve ser confundida com uma cultura de uma região, de uma cidade, ou das pessoas que por lá moram e trabalham, ela deve-se apenas aqueles que construíram, ao longo dos anos, um clube que se caracteriza por ser contra, que se define pela negativa.
2) A festa
Dizia ontem alguém, visivelmente aborrecido, que parecia que o Benfica tinha ganho a Liga dos Campeões, tal era a festa em Lisboa. Alguns consideraram a comemoração exarcebada a prova de que o clube está decadente. O Benfica deve assumir a sua história recente, uma história de fracassos. Neste contexto compreende-se a alegria, um sentimento extraordinário que ultrapassa em muito o mundo do futebol. O erro daqueles que não gostam, não percebem, e são sobranceiros de mais para procurar perceber o que significa o jogo, é que o futebol é um meio para expressar algumas das coisas essnciais da vida.
11 posts sobre o futebol - 1) Camacho
A vitória que o Benfica alcançou na final da taça de Portugal é o culminar justo do trabalho excepcional de José António Camacho. Reorganizador do futebol do Benfica, exemplo de rigor e frontalidade, o espanhol enfrentou o caos, os treinos em campos emprestados, os ordenados em atraso, as mortes em campo, uma equipa com fragilidades evidentes. Não é apenas o Benfica que perde com a mais que provável saída de Camacho, mas todo o futebol português que, no fundo, não o merece.
sexta-feira, maio 14, 2004
A Frase do Dia
"Quando se dá uma malga de sopa a alguém que está na rua, não se está a contribuir para o recuperar, mas para o manter naquela situação"
Paulo Morais - Vice-presidente da Câmara do Porto
Paulo Morais - Vice-presidente da Câmara do Porto
quinta-feira, maio 13, 2004
Herança
Embora o seu posicionamento ideológico e doutrinário ao longo da vida estivesse quase sempre longe, para não dizer completamente nos antípodas daquele que eu perfilho, ainda assim parece-me justo reconhecer que o homem da expressão "25 do A", teve uma atitude nobre ao legar 500 milhões de euros da sua avultadíssima fortuna pessoal para a realização de investigação científica na área da medicina, através da criação de uma Fundação, apenas depois da sua morte, e não em vida para aproveitar e beneficiar somente de gratificações e subvenções monetárias que o regime júridico atinente à criação de fundações faculta, tal como muitos o fazem (embora o seu espólio também dispensasse com comodidade este tipo de artíficios...)
sexta-feira, maio 07, 2004
Múm
Os islandeses Múm deram ontem a conhecer ao vivo o seu novo albúm, "Summer make Good", na Aula Magna, num concerto intimista e verdadeiramente inebriante.
Com uma uma voz sussurante, a da vocalista Kristín Anna Valtýsdóttir's a liderar uma eclética digressão musical de 100 minutos, em termos instrumentais, foi o exemplo perfeito de como converter um espectáculo musical numa vibrante viagem pelo espaço sideral.
Inesquecível!
Com uma uma voz sussurante, a da vocalista Kristín Anna Valtýsdóttir's a liderar uma eclética digressão musical de 100 minutos, em termos instrumentais, foi o exemplo perfeito de como converter um espectáculo musical numa vibrante viagem pelo espaço sideral.
Inesquecível!
terça-feira, maio 04, 2004
Mais um advogado versado na "realidade sociológica"
Numa prosa deliciosa, o deputado Pinheiro Torres do PSD, num artigo de opinião publicado no jornal Público, vem hoje verberar contra o facto de ter sido exarado na recente revisão constitucional o preceito de nenhum cidadão poder ser privilegiado ou privado de qualquer direito em virtude da sua “orientação sexual”, invocando o facto de que a afixação constitucional desta norma por parte da coligação foi decidida, nas suas palavras, “em oposição com aquele que é o sentimento da realidade sociológica que costuma votar nos partidos da maioria”.
Ora, seria de elementar rigor científico, já para não dizer de bom senso, que este deputado jurista nos desse a conhecer em que abordagens sociológicas sobre o tema é que se foi apoiar para legitimar a sua asserção.
Pode ser uma lacuna minha, mas desconheço qualquer investigação sociológica credível recente acerca do posicionamento daqueles que votam nos partidos de direita que suporte a obliteração da constituição daquele preceito que agora foi incluído.
Pelos vistos, este causídico está mais bem documentado sobre o tema...As coisas que se aprendem sobre a "realidade sociológica" com juristas...
Ora, seria de elementar rigor científico, já para não dizer de bom senso, que este deputado jurista nos desse a conhecer em que abordagens sociológicas sobre o tema é que se foi apoiar para legitimar a sua asserção.
Pode ser uma lacuna minha, mas desconheço qualquer investigação sociológica credível recente acerca do posicionamento daqueles que votam nos partidos de direita que suporte a obliteração da constituição daquele preceito que agora foi incluído.
Pelos vistos, este causídico está mais bem documentado sobre o tema...As coisas que se aprendem sobre a "realidade sociológica" com juristas...
segunda-feira, maio 03, 2004
Juve Leo
Muito gostaria de saber como é que ao fim de anos e anos a provocar desacatos e a enfileirar atentados às mais elementares normas de uma postura minimamente civilizada, o líder da Juventude Leonina (e não só desta claque..) continua a poder frequentar recintos desportivos sem que qualquer tipo de escolho judicial lhe seja imposto pelas autoridades competentes...
domingo, maio 02, 2004
Subscrever:
Mensagens (Atom)