Foi a segunda vez que tive oportunidade de ver Carrey num ecrã de cinema, depois de Homem na Lua, um registo em que a sua conhecida hiper-expressividade e o tom desbragado estavam circuncritos a limites mais estreitos do que o conhecido pela natureza da personagem representada, o comediante Andy Kaufman, e pela oscilação entre a comédia e o drama que a biografia deste implicava.
Sinteticamente, em "Eternal Sunshine of the Spotless Mind", temos agora um Carrey dar largas ao génio criativo do argumentista Charlie Kaufman, o mesmo de "Queres ser John Malkovich", ao vestir a pele de um indivíduo que sobrevive numa existência amorfa e desinteressante, segundo o próprio, e que ao descobrir que foi apagado da memória da rapariga que havia encontrado à beira-mar, decide retribuir à rapariga a supressão da sua mente, desígnio esse que será mal sucedido em virtude dos seus sentimentos não o permitirem.
Se ainda alguém tinha dúvidas do talento de Carrey, elas dissipam-se aceleradamente com a visualização do filme, digo eu...
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