Quando há cerca de um ano e meio atrás se deu o desastre do Prestige, o governo de Aznar preferiu manter a distância da Galiza e do povo Galego, menorizando nos media estatais a dimensão da catástrofe e dando repetidamente conta que a situação estava controlada pelas autoridades espanholas. A verdade era outra...
Quando há cerca de um ano atrás o Governo de Aznar se acolitou à invasão sangrenta ilícita do Iraque por parte das forças americanas e britânicas, num evidente acto terrorista perpetrado por alguns Estados, alicerçada na justificação governamental avançada da existência de “comprovadas” armas de destruição maciça, na ditadura existente no Iraque e nas ligações do regime iraquiano à rede terrorista da Al-Qaeda, à excepção por todos conhecida da existência do abjecto regime iraquiano, a verdade era outra...
Quando na passada quinta-feira se deu o ataque em Madrid, o Ministro do Interior de Espanha veio prontamente para os órgãos de comunicação social, dar conta que tinha a certeza que acabávamos de presenciar, indesmentivelmente, a mais um hediondo ataque da Eta. Prontamente a Ministra dos Negócios Estrangeiros veio corroborar esta asserção, dando indicações para todos os embaixadores de Espanha “livremente” opinarem que tinha sido a Eta a desencadear o ataque. Também aqui a verdade era outra...
Ontem, a maioria dos espanhóis decidiu-se libertar de um governo cuja estirpe, visível nestes acontecimentos relatados, se sustentava na mentira aos cidadãos, na ocultação sistemática e despudorada da verdade e na manipulação dos meios de comunicação social por si controlados.
Afinal, de Espanha sempre vêm bons ventos!