Na semana passada o Marçal relembrou aqui, a propósito das saudosas aulas do Moisés Espírito Santo, a questão da ruptura que o Islão efectuou com a modernidade, no que concerne ao campo científico, teológico e cultural, a partir do século XII.
Este fim de semana deu-me para rever um livro muito interessante do Moisés, de seu nome "Introdução Sociológica ao Islão", onde ele retrata muito bem esse processo evolutivo de anatemização da modernidade pelo Islão, concomitante da perda de influência do Chiismo em prol do Sunismo.
Passo a citar um excerto exemplificativo:
"A imposição da Suna do Profeta, nos séculos XI e XII, pelos dogmas repressivos da inteligência foi uma regressão à religião da tribo que o mundo islâmico não corrigirá sem algumas catástrofes.
Aceitando o Islão como ele nos vem do século XII:
- com a regra da interpretação literal que eliminou a interpretação alegórica;
- com o fecho da reflexão;
- com o dogma da irresponsabilidade individual;
- com a proibição de "perguntar como";
- com o pecado da inovação;
a razão do Islão está hoje do lado dos fundamentalistas".