sexta-feira, abril 15, 2005
Aeroporto II
Chegada a Londres e uns senhores fardados revistavam malas no aeroporto, seleccionando as pessoas através de um mais que evidente critério étnico. O meu castanho semi-escuro devia estar na fronteira do suspeito e não me safei. A revista foi acompanhada com um inquérito mal disposto que se foi suavizando depois do senhor perceber que eu era estudante. Ainda pensei adoptar uma postura à Mourinho, mas fui interrompido pela curiosidade do caucasiano nos dois pães alentejanos que transportei para a ilha. Olhou, rodou-os e passou-os por aquela máquina que tira radiografias a malas e outras bagagens. Nenhuma arma de destruição maciça. De certa forma achei aquilo um elogio ao Alentejo e ao padeiro que os confeccionou, que o zeloso guarda inglês quis promover a membro da célula da Al-Qaeda na Amareleja. Mas há que ser compreensivo, o pobre homem come pão-de-forma desde que nasceu e isso não é saudável.