De acordo com informações veiculadas ontem no Congresso Nacional de Psiquiatria, mais de 60% dos portugueses adultos tomam benzodiazepinas (príncipio activo dos ansiolíticos) e destes, metade fá-lo sem prescrição médica.
Se ainda haviam dúvidas de que este é um país à beira de um ataque de nervos, notícias deste tom demonstram-no à saciedade...
Todavia, sendo esta percentagem tributária de cálculos obtidos até à passada semana, permitam-me duvidar da fidedignidade actual deste valor. Passo a aduzir, a título de exemplo, 4 acontecimentos ocorridos esta semana no país que sustentam a minha asserção:
Em primeiro lugar estes números já não correspondem à verdade, uma vez que foram avançados antes do Sporting ter jogado com os turcos do Genclercibliliglibidebimi. Desde então, foram muitos os sportinguistas que se viram na contingência de ingerir imediatamente umas caixas de ansiolíticos para adormecerem por uns dias e não se recordarem do que viram...
Em segundo lugar, depois do beneplácito que o Governo português concedeu esta semana a alemães e franceses para estes exercerem o seu livre arbítrio no (não) cumprimento do PEC, muitos milhares de portugueses ficaram de tal modo baralhados com a visão dual que o Governo tem sobre este instrumento de disciplina orçamental, que foram obrigados a recorrer ao consumo de umas benzodiazepinas para readquirirem o equilíbrio entretanto perdido.
Em terceiro lugar, estes números não contemplam ainda os utentes da Carris, os quais se deparam semanalmente com greves (ainda que legítimas) dos motoristas que os obrigam a gastar semanalmente umas pipas de massa em táxis, em acréscimo ao custo dos passes de transporte que indexam mensalmente à Carris.
Em quarto lugar, também não foram contabilizados os 128 militares da GNR que acorreram em massa às farmácias de Nassíria para comprarem ansiolíticos depois de terem sido informados (no Iraque) que estarão sujeitos a descontar para o IRS como "todos" os cidadãos deste país.
Como vêem, somando apenas estes factos semanais facilmente se percebe que estes números pecam por serem escassos, daí a necessidade de uma actualização da percentagem de portugueses que recorrem aos ansiolíticos para mergulharem num entorpecimento que lhes permite enfrentar melhor o dia-a-dia...