A academia tem formas várias de interpretar o politicamente correcto que se vai impondo por todo o lado. Uma das expressões fundamentais nesta forma académica de ser politicamente correcto é a palavra interessante. Tudo é interessante: especialmente se o aluno pagar as propinas a tempo e horas. O “interessante” é uma muleta interaccional poderosa, que contribui para que as pessoas gostem, aparentemente, umas das outras. Elias chamar-lhe-ia mais um passo do processo civilizacional. Evitar o confronto. Claro que depois há rituais específicos para proporcionar o conflito. Nesse espaço ritual é possível, aliás é a regra, ser-se crítico e violento (por vezes até de forma artificial). Os ventos pós-modernos libertaram os critérios de avaliação e tudo pode ser, ao mesmo, interessante e odiável, depende, obviamente da corrente teórica ou estética em que navegamos.
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