terça-feira, outubro 12, 2004

Alberto João é um Milagre

Depois de ainda ontem ter comentado, no final da visualização do mais recente filme de Emir Kusturica, “A Vida é Um Milagre”, que a capacidade inventiva do realizador jugoslavo continua a dar cartas no seu cinema étnico, eis quando hoje de manhã me vejo confrontado com a óbvia necessidade de relativizar o talento criador do jugoslavo, ao deparar com as frases proferidas pelo líder do Governo Regional da Madeira a propósito da detenção do Presidente da CM de Ponta do Sol por alegada corrupção.
Num dos comício pré-eleitorais, insinuou Alberto João que o PCP «está infiltrado» na Polícia Judiciária da Madeira e teve influência para o desfecho agora obtido (nem se deve ter apercebido de que estava a fazer um grande elogio à competência e ao profissionalismo dos tais elementos policiais comunas infiltrados...).
Realmente, perante isto, Kusturica ao lado de AJJ é apenas um mero principiante na arte de fantasiar ficções surreais e delirantes. Tão fértil é a imaginação do líder madeirense que consegue até inverter as sequências reais com uma naturalidade estonteante. Só assim se consegue compreender como é que a mesma pessoa que envia uma missiva ao Ministro da Justiça, antes das detenções preventivas de quadros da Câmara Municipal da Ponta do Sol, a queixar-se da actuação da Inspecção da Polícia Judiciária (PJ), no período pré-eleitoral, nomeadamente a notificação de um destacado quadro da administração regional para depor, como arguido, num processo judicial em curso, consegue vir depois a terreiro apregoar que mesmo em época de eleições pediu à polícia que actuasse sem medo!
Definitivamente, está visto que AJJ não pede meças aos grandes mestres da sétima arte na elaboração de enredos criativos, plenos de farta imaginação e pródigos em humor.

1 comentário:

Boris Vi. An? disse...

O deputado Carlos Rodrigues (um larajinha devoto do João Jardim, que confude a Assembleia Regional com a Assembleia da República) decidiu dar um ar da sua graça. Cria um blog (que passou por vários nomes entre os quais o FLAMA) onde "entra a matar" (neste caso a morte foi do próprio artista). Logo depois leva um grande puxão de orelhas, mete o rabo entre as pernas e mais humilhante ainda é obrigado a fazer o seguinte pedido de desculpas:
«Por tudo o que foi dito, pela minha imprudência, pela piada de mau gosto e pelo péssimo exemplo que dei ..... a todos, peço desculpa.
O gesto dado foi impensado descredibilizando-me perante todos. Talvez me dêem outra oportunidade, talvez não, só tenho que aceitar as consequências de tão irreflectido acto. Informo que um pedido de desculpas personalizado já foi enviado ao deputado José Magalhães e ao Dr. Paulo Gorjão.
Uma vez mais, as minhas desculpas.»