Alguns sócios do Benfica tiveram a ideia peregrina de processar o árbitro do último jogo contra o Porto. O próximo passo será processar os jogadores, os treinadores, os médicos. Tanta fúria mal direccionada. O nível do debate futebolístico em Portugal voltou a descer a níveis impensáveis. A escola, reconheça-se, é a do Porto, mas os dirigentes do Benfica seguem fielmente a cartilha, conseguindo, por vezes, bater recordes na arte da sarjeta. É lamentável que ninguém conseguisse tirar ilações do sucedido neste último jogo. É evidente que o Benfica foi prejudicado. O golo não assinalado é um erro objectivo, diferente das intermináveis e subjectivas discussões sobre a intensidade das faltas. Um clube foi prejudicado, o público foi enganado, a questão tem consequências económicas. O que fazer? A resposta está na criação de um novo sistema. Dois, ou três técnicos conhecedores das regras do futebol em comunicação com o árbitro, umas quantas televisões e um ou outro programa informático. Decisão em breves segundos: não quebra o ritmo de jogo. Estou plenamente convencido que, embora o sistema seja ineficaz para medir a existência de algumas faltas, podia ser decisivo para avaliar se a falta foi realmente cometida dentro da área e, mais importante, se o jogador se encontra, ou não, em situação de fora de jogo. Para além, obviamente, de situações idênticas à que se passou neste último domingo na Luz. Se fossemos mais longe, seria ainda útil para avaliar questões disciplinares: se houve, ou não, uma agressão, se o jogador simulou, ou não, uma falta.
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