E certo que os media raramente discutem o que importa. O caso Harry e mais um fait-divers para vender jornais. No entanto, apesar de a nossa posicao informada exigir que outros assuntos assumam a actualidade, o facto e que a questao passou para a agenda publica e tornou-se num acontecimento politico, uma optima oportunidade para largar mais umas ferroadas na digna instituicao monarquica. Neste sentido, saudo a oportunidade de O Principe Burro I.
Despindo o filtro sociologico que vive pegado ao meu corpo arrisco uma explicacao genetica. Os geneticistas, que todos os dias descobrem genes para tudo e mais alguma coisa - a homossexualidade, a violencia, a pedofilia, etc - deviam estudar o gene monarquico, o gene por excelencia, nao estivesse em contacto directo com o sagrado. O gene monarquico ingles, por exemplo, esta acometido pelo virus da patetice. E evidente neste sentido, que Harry sai ao pai. Outra persistencia mais preocupante no gene monarquico ingles sao as derivas nazis. O saudoso Eduardo VIII, tio-avo do Harry, conhecido por ter abdicado do trono pelo amor de uma plebeia americana, Wallis Simpson, tinha fortes simpatias pela causa do terceiro Reich razao pela qual, triste versao alternativa ao caso de amor, foi posto a andar.
Diga-se que o choque da foto de Harry reside no facto de o jovem principe nao surgir mascarado, no sentido ironico, ou divertido da mascara (uma caricatura de Hitler nao seria tao ofensiva), mas surgiu uniformizado, tal e qual, um oficial das SS. O rapaz tem vinte anos, nao tem oito nem doze, e descende directamente da rainha Victoria, a mulher que governou quase todo o mundo. E uma responsabilidade.