George Bush iniciou ontem o seu segundo mandato afirmando que a América iria lutar por levar a liberdade a todo o mundo. Conhecendo o método americano a frase só pode preocupar o mundo. As explicações para o novo imperialismo americano têm sido diversas. Muito se tem falado do idealismo dos neo-conservadores, da recuperação dos valores morais, da influência da sua matriz religiosa radical. Tudo isto é verdade, mas talvez faça sentido juntar a estes factores o preocupante estado da economia americana. Os americanos gastam muito mais do que produzem, importam muito mais do exportam. Parte do dinheiro utilizado para equilibrar a situação é proveniente de títulos da dívida pública que têm sido comprados, em grande parte, por capital saudita e chinês. A situação é artificial e instável. Mas os Estados Unidos sabem que mesmo que percam na economia têm sempre a hipótese coerciva. Infelizmente tudo leva a crer que o futuro próximo passe pelo saque de matérias-primas e recursos naturais. Sabe-se, claro, em que região do mundo estes recursos abundam. Sabe-se, também, qual é o método americano. A máquina de propaganda, claro, irá apregoar os valores da liberdade, do cristianismo e da sociedade da posse.