Como é possível, trinta anos depois do 25 de Abril, que uma campanha eleitoral visando a eleição de um parlamento e de um governo esteja centrada na vida privada dos candidatos? Já há muito que grande parte da esquerda, quando quer açoitar Santana, prefere as questões do estilo às de conteúdo. Agora, assistimos a uma campanha inqualificável da direcção do PSD em relação ao cabeça de lista do PS e à sua pretensa homossexualidade. O populismo na sua forma racista. Alguns dirão que é o desespero. No entanto, continuo a pensar que o cuidado é sempre pouco com esta espécie de populistas, especialmente quando dominam com mestria o mundo da linguagem mediática e pouco se importam de mergulhar na sarjeta para chegar aos seus objectivos.