A propósito da recente tragédia ocorrida na Ásia, interrogava-me aqui há uns dias acerca do paradeiro das Tetés, Titis e Tótos deste país. Via os Médicos sem Fronteiras, a Cruz Vermelha, a AMI, etc, a voluntariarem-se para se deslocarem de imediato para os funestos locais atingidos e aí prestarem o seu auxílio descomprometido às populações, mas quanto aos mais ilustres defensores da vida humana nesta pátria, um manto cerrado de nuvens cobria a visibilidade da sua acção.
Ainda coloquei como hipótese que os media, no meio da voragem das sucessivas notícias, teriam, inadvertidamente, esquecido de dar cobertura às acções desenvolvidas por tais distintas personalidades em prol daquilo que mais gostam de se apregoar como paladinos, i.e, a vida humana.
Todavia, a julgar por um artigo inserto no “Público” de hoje, as Tétes, as Titis e as Tótos, “Mulheres em Acção” deste Portugal (acção só de nome, pelos vistos...), afinal sempre devem ter ficado cá pela terrinha, a escrever textos para os jornais.
E que textos redigem tão esclarecidas personalidades? Textos sobre a catástrofe natural, a condição humana, as vidas humanas perdidas? Não. Dissertam nacos de prosa maviosa sobre os “valores” em perigo no mundo ocidental, a saber, a família heterossexual monogâmica, a superioridade das religiões monoteístas, designadamente o cristianismo, o divino património judaico-cristão, e claro, a vida humana.
Ela vergasta “o recrudescimento agressivo do laicismo anticristão”, a "recusa da referência ao património cultural judaico-cristão no Preâmbulo do Tratado Constitucional”, “o triste episódio de raiva sectária contra Rocco Buttiglione que não augura nada de bom”, divaga sobre o ódio do PCP e do Bloco às “sociedades democráticas liberais de tipo ocidental”, asseverando que estes dois partidos “não gostam da pessoa humana tal como ela é - acham que o homem e a mulher estão mal feitos”, crítica quem defende “a sacralidade da mãe-terra e os "direitos" dos animais (de todos, menos um).”
Em síntese, a “Mulher em Acção” Alexandra Teté consegue fazer corar de inveja qualquer digno representante inquisitorial do século XVII, pelo rico obscurantismo que povoa aquela mente, pela intolerância fulminante que a caracteriza.
Tão grande é o chorilho de dislates históricos que inundam a escrita daquela moça castrada, que se algum dia quiserem atribuir um nome aos algozes da Modernidade, chamem-lhes Tetés, por elementar justiça.